Você sabe o que é vinho verde? Se você pensou que é sinônimo de Vinho Branco 🚨 ERRADO!
Ainda que o nome “vinho verde” seja sugestível, ele não se refere exatamente a um vinho de coloração verde.
O estilo de vinho verde pode ser branco, tinto, rosado e até mesmo espumante.
Não encontramos uma explicação definitiva para que o vinho leve esse nome, mas algumas justificativas encontradas foram:
- Que remete à paisagem natural da região de colinas e montanhas, dominantemente verdes e que mantêm-se assim até mesmo no inverno.
- O nome é uma referência às uvas produzidas no local que, no passado, eram colhidas ‘verdes’ – antes da sua completa maturação.
- Remente à alta acidez e frescor, presente nas frutas verdes;
- Por ser normalmente consumido fresco, é chamado de verde. Mas essa teoria se fragiliza um pouco, pois atualmente há vários vinhos verdes que são ótimos para guarda, jogando por terra a falácia de que vinho verde deve ser consumido em no máximo dois anos após sua colheita.
- Há outra que diz que é chamado de verde por ser jovem, ou seja, que está pronto para ser beber sem passar por períodos de maturação nas barricas ou em caves.
Onde é produzido o Vinho Verde
O Vinho Verde é um vinho produzido exclusivamente na Região Demarcada dos Vinhos Verdes [veja na próxima foto], que fica a noroeste de Portugal.
Essa região é especial, pois faz o vinho ter uma concentração em ácido málico superior à de outras regiões de Portugal, que deixa o vinho verde leve e fresco. É um vinho frutado, que agrada muitos paladares. Você provavelmente conhece ou já bebeu algum e de repente nem sabe.
Essa região foi originariamente demarcada a 18 de Setembro de 1908, estendo-se por todo o noroeste de Portugal, na zona tradicionalmente conhecida como Entre-Douro-e-Minho.
É a maior Região Demarcada Portuguesa, e uma das maiores da Europa em termos de área geográfica, representando 15% da área vitícola nacional.
A região se limita no Norte pelo rio Minho, fazendo fronteira com a Espanha, já no Sul é limitado pelo rio Douro e as serras da Freita, Arada e Montemuro. O limite a Leste é marcado pelas serras da Peneda, Gerês, Cabreira e Marão e o limite a Oeste se dá no Oceano Atlântico.
Dentro da região demarcada do Vinho Verde existem sub regiões, que são divididas por questões de ordem cultural, microclimas, tipos de vinho, encepamentos e modos de condução das vinhas.
As nove sub-regiões são:
- Amarante: integrando os concelhos de Amarante e Marco de Canaveses.
- Ave: integrando os concelhos de Vila Nova de Famalicão, Fafe, Guimarães, Santo Tirso, Trofa, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Póvoa de Varzim, 8Vila do Conde e o concelho de Vizela, com excepção das freguesias de Vizela (Santo Adrião) de Barrosas (Santa Eulália).
- Baião: integrando os concelhos de Baião, Resende (excepto a freguesia de Barrô) e Cinfães (excepto as freguesias de Travanca e Souselo).
- Basto: integrando os concelhos de Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto e Ribeira de Pena.
- Cávado: integrando os concelhos de Esposende, Barcelos, Braga, Vila Verde, Amares e Terras de Bouro.
- Lima: integrando os concelhos de Viana do Castelo, Ponte de Lima, Ponte da Barca e Arcos de Valdevez.
- Monção e Melgaço: integrando os concelhos de Monção e Melgaço.
- Paiva: integrando o concelho de Castelo de Paiva, e, no concelho de Cinfães, as freguesias de Travanca e Souselo.
- Sousa: integrando os concelhos de Paços de Ferreira, Paredes, Lousada, Felgueiras, Penafiel e, no concelho de Vizela, as freguesias de Vizela (Santo Adrião) e Barrosas (Santa Eulália).
Quais tipos de vinho verde existentes
O Vinho Verde é único no mundo. Existe vinho verde TINTO, ROSE e também BRANCO. Dá pra fazer espumante e aguardente dele também. Acredita que nem todo Portugues sabe disso?
Mais um ponto para o Vinho verde: Ele tem moderado teor alcoólico, e por isso é menos calórico.
Os Vinhos Verdes já nascem jovens, leves e frescos mas também são estruturados. Diferente do que muitos pensam, o vinho verde também possui um grande potencial de guarda, aromas e sabores complexos, intensos e minerais.
É possível experimentar uma degustação de vinhos com 10 anos ou mais, sendo eles envelhecidos de diferentes castas, passando estágios em barrica, alguns de vinhas velhas, e também de terroirs diferenciados.
O que precisa pra ser Vinho Verde
Para ser chamado Vinho Verde não basta apenas ser produzido com uvas dessas regiões, precisa respeitar as normas estabelecidas pela lei para receber o selo da DOC.
A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) foi criada em 1926 e é responsável por controlar e certificar os vinhos e outros produtos originarios de uvas provenientes da região.
A garantia da qualidade e genuinidade dos produtos com Denominação de Origem Vinho Verde é dada pelo Selo de Garantia, a certificar o Vinho Verde desde 1959.
- Localização: Não há restrição de área contanto que toda a produção seja realizada dentro da Região dos Vinhos Verdes.
- Tipo: A legislação permite a elaboração de vinhos brancos, rosés e tintos dos tipos tranquilo e espumante.
- Volume Alcoólico: Deve estar entre 8,5% e 14% e os espumantes entre 10% a 15% de álcool.
- Castas: Devem ser elaborados com as castas autóctones da região, veja todas mais abaixo.
- É permitido a criação de varietais e blends. Contanto, varietais de Alvarinho só recebem a certificação DOC Vinhos Verdes quando elaborados na sub-região de Monção e Melgaço. Exemplares de qualquer outra sub-região recebem a certificação de Vinho Regional do Minho.
Quando a amostra apresentada à CVRVV não cumpre com os requisitos legais para ser certificada como DOC, o exemplar recebe o selo IG Minho. Isso não quer dizer que o vinho é de pior qualidade, apenas que não se enquadra legalmente aos parâmetros pré-definidos.
Quais castas são usadas
As principais castas usadas para:
- Vinho Verde Branco:
- Alvarinho – Mais presente em Monção e Melgaço, no vale do rio Minho;
- Avesso – Mais presente na sub região de Baião no vale do rio Douro;
- Loureiro – Mais presente no vale do rio Lima;
- Arinto – Também conhecido localmente por Pedernã
- Trajadura, Azal, Batoca.
- Tintos e Rosados: Vinhão, Alvarelhão, Amaral, Borraçal, Espadeiro, Padeiro, Pedral e Rabo de Anho.
Curiosidades
Aqui no Porto, na maioria dos restaurantes tradicionais existe o famoso ‘VINHO DA CASA’, e quase 100% deles é vinho verde, tinto ou branco. Então agora quando oferecerem, vc já sabe que vinho está bebendo.
Sabia que esse é o segundo vinho português mais exportado, depois do vinho do Porto. E se você está pensando: COMO? Nunca vi! Sabe o Casal Garcia? O queridinho dos brasileiros…Já leu o rótulo dele? Se não, olha a próxima foto.
A vinícola do Casal Garcia é a Quinta da Aveleda e fica pertinho do Porto, super recomendamos uma visita – Veja aqui um artigo completo sobre como visitar a Quinta da Aveleda.
O Vinho Verde é tão importante para Portugal que há até uma Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes.
A harmonização com vinhos verdes
Os vinhos mais ácidos costumam ser servidos a temperaturas mais baixas, assim a acidez é mais refrescante.
É aconselhado acompanhar os vinhos ácidos com frutos do mar e peixes de água salgada. Combina bem com as bacalhoadas, saladas, risotos de frutos do mar e salmão. Combina também com comida japonesa como os sushis, sashimis, ou pratos com polvo.
Gostou de aprender o que é o vinho verde? Já sabia? Deixa seu comentário aí embaixo.
Veja aqui tudo que já escrevemos sobre vinho verde e tudo que já escrevemos sobre Portugal.
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